Ao atingirem o organismo, as agressões comprometem um tecido
(ou órgão) no qual existem: células, parenquimatosas e do estroma; componentes
intercelulares, interstício ou matriz extracelular; circulação sanguínea e
linfática; inervação. Após agressões, um ou mais desses componentes podem ser
afetados, simultaneamente ou não. Desse modo, podem surgir lesões celulares,
danos ao interstício, transtornos locais de circulação, distúrbios locais da
inervação ou alterações complexas que envolvem muitos dos componentes teciduais
ou todos eles.
As lesões celulares podem ser consideradas em dois grupos:
lesões letais e não-letais. As lesões não-letais são aquelas em que as células
continuam vivas, podendo ocorrer volta ao estado de normalidade após cessada a
agressão, bem como ao estado funcional ou tipo de célula atingida. As lesões
letais são representadas pela necrose (morte celular seguida da autólise) e
pela apoptose (morte celular não seguida de autólise).
As alterações do interstício (da matriz extracelular)
englobam as modificações da substância fundamental amorfa e das fibras
elásticas, colágenas e reticulares, que podem sofrer alterações estruturais e
depósitos de substâncias formadas in situ
ou vindas da circulação.
Os distúrbios de circulação incluem: aumento, diminuição ou
cessação do fluxo sanguíneo para os tecidos (hiperemia, oligoemia e isquemia),
coagulação do sangue no leito vascular (trombose), aparecimento na circulação
de substâncias que não se misturam ao sangue e causam oclusão vascular
(embolia), saída do leito vascular (hemorragia) e alterações das trocas de
líquidos entre o plasma e o interstício (edema).
As alterações da inervação não tem sido abordadas nos textos
de Patologia Geral, mas, sem dúvida, devem representar lesões importantes,
devido ao papel integrador de funções que tecido nervoso exerce.
A lesão mais complexa que envolve todos os componentes
teciduais é a inflamação (cenas para os próximos capítulos (; ).
Bogliolo,
Luigi, 1908-1981
Bgliolo,
patologia geral / [editado por] Geraldo Brasileiro Filho. - 4.ed - Rio de
janeiro: Guanabara Koogan, 2009.
Laís de Souza e Silva |
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigado por comentar! \o/