31 de jul. de 2013

Os erros do período passado

Estar na faculdade não é fácil, apesar de termos poucas matérias por semestre as disciplinas são de alta complexidade e exigem muito dos alunos. Eventualmente nos deparamos com “aquela” ou “aquelas” disciplinas que são nosso inferno pessoal e não tem saída, precisamos aprender a encontrar o mínimo de conforto possível em dedicar horas estudando essas disciplinas, aprender o conteúdo, pois como futuros profissionais da saúde é nossa responsabilidade nos prepararmos para lidar com vidas, e sermos aprovados no final do período, afinal, é o que o sistema exige de nós.
Mas a questão é ainda maior porque está relacionada ao nosso lado pessoal, muitas vezes não estamos rendendo o necessário dentro da faculdade por termos algum tipo de sobrecarga pessoal (problemas, excesso de compromissos e responsabilidades).
Agora com esse novo começo de período nós podemos tomar algumas decisões para evitar as notas baixas, as faltas excessivas, o mal desempenho de aprendizagem e eventualmente uma reprovação.

Seja Crítico

Chegar a alguma conclusão parte de ter ou não senso crítico. Se você enfrentou ou se enfrentar alguma dificuldade no decorrer do curso é importante questionar “por quê?”. 
“Será que estou estudando o suficiente para aprender o conteúdo e alcançar as notas necessárias?”
“Meu método de estudo está adequado para esta disciplina?”
“O problema pode estar no método do professor?”
“Eu preciso de ajuda?” (Saber reconhecer que precisa de ajuda é fundamental).

Seja Proativo

Depois que você diagnosticar o(s) problema(s) não adianta ficar lamentando e remoendo com você é a vítima da situação, poupe-se de autopiedade e faça alguma coisa. O momento é para buscar soluções práticas, não necessariamente apegue-se a elas, mas cultive sua flexibilidade em se adaptar a adversidade.
  • Invista tempo e qualidade nas suas horas de estudo, podem ser poucas, mas que sejam produtivas.
  • Crie uma rotina de estudos.
  • Não carregue seus problemas para cima e para baixo, essa pode ser difícil, mas o fator emocional pode ser a chave do sucesso ou não de suas investidas profissionais.
  • Seja disciplinado e “não deixe acumular matéria”.


        Não seja tão Crítico

Nosso primeiro item falava sobre o quão fundamental é ter senso crítico, mas nada de exageros, reconhecer as próprias falhas, medos e fragilidades não é para nos fazer sentir a pior pessoa do mundo, mas nos mostrar que podemos melhorar. Normalmente, somos nossos maiores carrascos, portanto:
“Se caiu, levanta!”
“Quanto mais difícil, mais gostosa é a vitória.”
“Dificuldades devem ser vividas como uma oportunidade para crescer, seja como pessoa ou profissional.”
“Sua capacidade não é aquilo que os outros acreditam que você consegue, mas no que você acredita que consegue, se você não se vê como capaz então você não será.”
“Reconheça suas qualidades e explore-as”.

Procure ter em mente que todo dia é um novo dia, se ontem as coisas deram errado, hoje pode ser diferente e boa parte disso só depende de você! =D

Laís de Souza e Silva



30 de jul. de 2013

Farmacocinética: Biotransformação

Ou Metabolização, ocorre principalmente no fígado, nos rins, nos pulmões e no tecido nervoso, e acontece quando o fármaco se transforma em uma ou mais substâncias (alteração química) por ação de enzimas inespecíficas (indução e inibição) e fatores diversos (espécie animal, idade, raça e fatores genéticos). As reações de biotransformação são classificadas em dois tipos: reações de oxidação/redução (Fase I) e conjugação/hidrólise (Fase II). Na reação de oxidação/redução ocorre elevações dos níveis de enzimas que facilitam a reação (exemplo, pela via mais comum: o complexo citocromo P450). As reações de conjugação/hidrólise hidrolisam um fármaco ou conjugam-no a uma molécula grande e polar para inativa-lo, aumentando sua solubilidade e excreção.

Essas reações também dependem da ausência ou presença de outros fármacos. Não se pode esquecer dos fatores individuais: etnicidade, polimorfismos genéticos, idade, sexo, ambiente, dieta, interações medicamentosas e doenças (a cirrose e a hepatite, por exemplo, podem comprometer a ação do citocromo P450) (Guengerich, 2003).

Laís de Souza e Silva

29 de jul. de 2013

Farmacocinética: Distribuição

É a transposição de um fármaco da corrente sanguínea para os tecidos. Esse processo é afetado por fatores fisiológicos e pelas propriedades físico-químicas da substância. Os fármacos pouco lipossolúveis, por exemplo, possuem baixa capacidade de permear membranas biológicas, sofrendo, assim, restrições em sua distribuição. Por sua vez, as substâncias mais lipossolúveis podem se acumular em regiões do tecido adiposo (aumentando a permanência do fármaco no organismo). Também podem ocorrer alterações na distribuição por conta da ligação com proteínas plasmáticas, o que pode limitar o acesso do fármaco aos locais de ação intracelular.

  • Saiba mais:

Biodisponibilidade: consiste na quantidade de droga livre que atinge seu local de ação ou alcança o fluido biológico, a partir do qual tem acesso ao local de ação. É a fração da droga que chega à circulação.

Bioequivalência: dois produtos são bioequivalentes quando possuem os mesmos princípios ativos, mesma dose e via de administração e apresentam estatisticamente a mesma potência.

Laís de Souza e Silva

26 de jul. de 2013

Vias de Administração Parenteral

Pele: sua superfície não á habitualmente considerada local de absorção de fármacos; em geral, recebe medicamentos de efeitos tópicos, de lenta absorção e pequenos volumes. Exemplos: cremes e pomadas.

Região subcutânea e intramuscular: aqui acontece a absorção pelos capilares sanguíneos e, em menor escala, pelos linfáticos. A absorção ocorre principalmente por difusão simples e filtração, e a velocidade de absorção depende do tamanho da molécula, do coeficiente de participação e da riqueza do fluxo no local.
Mucosa conjuntival, mucosa genitourinária, peritônio e medula óssea: apesar de não serem locais habituais de absorção de fármacos, possuem membranas de fácil travessia e, portanto, capazes de absorver medicamentos.

Intravenosa, intra-arterial e intratecal: as duas primeiras são realizadas com infusão contínua, com a possibilidade de ajuste a qualquer momento (por exemplo, morfina). Na via intratecal, a infusão de fármaco é realizada com a liberação direta no líquido cefalorraquidiano (LCR), sendo normalmente utilizada em casos de meningite infecciosa ou carcinomatosa (Pratt, 1990).

Laís de Souza e Silva

25 de jul. de 2013

Vias de Administração Enteral

Mucosa bucal: nesse tipo de absorção não há efeito de primeira passagem, devido à particularidade do sistema vascular. Meio eficiente na absorção de nicotina, cocaína e esteroides.
Mucosa gástrica: essa mucosa pode absorver diversos fármacos (embora não seja um local primordial), especialmente se a velocidade de esvaziamento gástrico for diminuída. O pH reduzido do estômago diminui a ionização de ácidos fracos, facilitando a absorção desses compostos. A absorção do álcool pelo estômago deriva da lipossolubilidade dos não eletrólitos de pequeno tamanho.
Mucosa do intestino delgado: constitui a principal e mais extensa (aproximadamente 200m2) superfície de absorção do trato gastrointestinal (TGI). Absorção intestinal ocorre por difusão passiva (sem gasto de energia) e o pH básico facilita a absorção de fármacos caracterizados como bases fracas.
Mucosa retal: é utilizada quando a via oral não é indicada, em pacientes inconscientes ou nauseados e com ocorrência de vômito (o fármaco pode ser instável no sistema digestivo). A rápida absorção é favorecida neste meio, pois 50% do medicamento consegue escapar do efeito de primeira passagem, em virtude da dupla circulação existente nesse local. Exemplo: supositórios.
Mucosa nasal: normalmente é utilizada para absorção de descongestionantes nasais.
Mucosa traqueal e brônquica: apesar de serem potencialmente capazes, na prática, não são muito utilizadas como locais de absorção.
Alvéolos pulmonares: possuem grande vascularização e extensa superfície de absorção, o que faz dessa região um local potencial para absorção. Exemplo: “bombinhas” inaladoras usadas por asmáticos.


Laís de Souza e Silva

24 de jul. de 2013

Farmacocinética: Absorção

Entende-se por absorção a passagem do fármaco da via de administração para circulação sistêmica, através de membranas biológicas. Tratando-se da via de administração intravenosa, a absorção é desconsiderada.
Este processo é influenciado por diversos fatores, tais como: o veículo utilizado na formulação, a perfusão sanguínea no local de absorção, as características físico-químicas da droga, a área de absorção à qual o fármaco é exposto, a via de administração, a forma farmacêutica, entre outros (epitélio gastrointestinal, endotélio vascular e membranas plasmáticas).
As principais vias de administração de fármacos são: oral (a mais usada) ou proteínas teciduais, formando um complexo reversível. A outra fração circula pelo fluido biológico livremente, e podemos dizer que apenas a porção livre (dissolvida no plasma) é farmacologicamente ativa. A ligação proteica geralmente é inespecífica, variando de acordo com a afinidade do fármaco à proteína. O complexo formado pela proteína e pelo fármaco atua como um reservatório do fármaco no sangue. Com isso se explica o deslocamento de um fármaco por outro de maior afinidade pela proteína.



Laís de Souza e Silva

23 de jul. de 2013

Farmacocinética e o Transporte de Substâncias

Para atingir seu sítio de ação, o fármaco precisa atravessar uma série de barreiras (membranas); e igual processo deve ocorrer para que seja eliminado.
A membrana celular consiste em uma dupla camada de lipídeos anfifílicos com cadeias de hidrocarboneto direcionadas para dentro, para formar uma cauda hidrofóbica contínua, e cabeças hidrofílicas voltadas para fora. Cada molécula de lipídeo dessa camada dupla pode movimentar-se no sentido lateral, conferindo à membrana fluidez, flexibilidade, grande resistência elétrica e relativa impermeabilidade (moléculas altamente polarizadas) (Giancomini & Sugyama, 2007).

Muitas vezes, as proteínas da membrana embutidas na dupla camada exercem a função de receptores que proporcionam vias de sinalização elétricas ou químicas e alvos seletivos para a ação dos fármacos. Os constituintes da membrana, sua inter-relação e polaridade e o diâmetro de seus poros conferem seletividade e essa estrutura celular (Stone, 1998;Johson, 1998).



Os fármacos atravessam as membranas por processos ativos ou passivos, ou seja, há aqueles que dependem de um gasto energético e os que não dependem deste gasto.
No caso do transporte passivo, a difusão ocorre segundo o gradiente de concentração (difusão simples), tendo em conta a solubilidade do fármaco pela cama lipídica.
A difusão por poros (ou difusão aquosa) ocorre quando substâncias hidrossolúveis de pequeno tamanho passam pela membrana utilizando os poros ou canais formados entre as proteínas. Para tanto, o fluxo de água é importante, pois resulta na diferença de pressão hidrostática ou osmótica pela membrana. Esse processo ocorre fisiologicamente nos rins e no fígado; contudo, em condições normais, fármacos ligados à albumina não alcançam o interstício por meio do endotélio (Frezard et al.,2005).
A filtração é um processo passivo em que soluto e solvente se deslocam juntos a favor do gradiente de concentração (sem gasto energético).
A difusão facilitada é a transferência passiva mediada por carreadores, independentes de sódio, a favor do gradiente de concentração, sendo mais veloz que a difusão simples (Kutchal, 1990). Na difusão por troca, o carreador retorna para o lado original após transportar o fármaco, ligando-se a outra molécula.
No transporte ativo (depende do hidrogênio), o movimento do fármaco se faz contra um gradiente de concentração e/ou gradiente elétrico, com gasto de energia. 


Laís de Souza e Silva

22 de jul. de 2013

Farmacocinética: Conceito

Esta ciência estuda a velocidade com que os fármacos atingem o local de ação e são eliminados do organismo, além dos diferentes fatores que podem influenciar na quantidade de fármaco que atinge determinado local, isto é, a relação dose-concentração (Fernandez et al.,2009).

Em termos didáticos e conceituais, o comportamento das substâncias ativas após a administração é, usual e arbitrariamente, divido em processos e liberação, absorção, distribuição, biotransformação e excreção. A ocorrência desses processos em nosso organismo se dá de forma simultânea. As variações nas concentrações dos fármacos em alguns fluidos corporais resultam sempre da simultaneidade de ocorrência destes processos. Podemos dizer que a Farmacocinética estuda o “efeito do organismo sobre a droga” (Fiset, 1999).



Laís de Souza e Silva


19 de jul. de 2013

Classificação das Lesões

Ao atingirem o organismo, as agressões comprometem um tecido (ou órgão) no qual existem: células, parenquimatosas e do estroma; componentes intercelulares, interstício ou matriz extracelular; circulação sanguínea e linfática; inervação. Após agressões, um ou mais desses componentes podem ser afetados, simultaneamente ou não. Desse modo, podem surgir lesões celulares, danos ao interstício, transtornos locais de circulação, distúrbios locais da inervação ou alterações complexas que envolvem muitos dos componentes teciduais ou todos eles.
As lesões celulares podem ser consideradas em dois grupos: lesões letais e não-letais. As lesões não-letais são aquelas em que as células continuam vivas, podendo ocorrer volta ao estado de normalidade após cessada a agressão, bem como ao estado funcional ou tipo de célula atingida. As lesões letais são representadas pela necrose (morte celular seguida da autólise) e pela apoptose (morte celular não seguida de autólise).
As alterações do interstício (da matriz extracelular) englobam as modificações da substância fundamental amorfa e das fibras elásticas, colágenas e reticulares, que podem sofrer alterações estruturais e depósitos de substâncias formadas in situ ou vindas da circulação.
Os distúrbios de circulação incluem: aumento, diminuição ou cessação do fluxo sanguíneo para os tecidos (hiperemia, oligoemia e isquemia), coagulação do sangue no leito vascular (trombose), aparecimento na circulação de substâncias que não se misturam ao sangue e causam oclusão vascular (embolia), saída do leito vascular (hemorragia) e alterações das trocas de líquidos entre o plasma e o interstício (edema).
As alterações da inervação não tem sido abordadas nos textos de Patologia Geral, mas, sem dúvida, devem representar lesões importantes, devido ao papel integrador de funções que tecido nervoso exerce.
A lesão mais complexa que envolve todos os componentes teciduais é a inflamação (cenas para os próximos capítulos (; ).

Bogliolo, Luigi, 1908-1981
Bgliolo, patologia geral / [editado por] Geraldo Brasileiro Filho. - 4.ed - Rio de janeiro: Guanabara Koogan, 2009.

Laís de Souza e Silva



18 de jul. de 2013

Lesão

Lesão ou processo patológico é um conjunto de alterações morfológicas, moleculares e/ou funcionais que surgem nas células ou tecidos após agressões. As alterações morfológicas que caracterizam as lesões podem ser observadas com a vista desarmada (alterações macroscópicas) ou ao microscópio de luz ou eletrônico (alterações microscópicas e submicroscópicas). As alterações morfológicas, que muitas vezes se traduzem rapidamente em modificações moleculares, podem ser detectadas por métodos bioquímicos e de biologia molecular. Os transtornos funcionais manifestam-se por alterações da função de células, tecidos, órgãos ou sistemas e representam os fenômenos fisiopatológicos.
As lesões são dinâmicas: começam, evoluem e tendem para a cura ou para cronicidade. O alvo dos agentes agressores são as moléculas, especialmente as macromoléculas de cuja ação dependem as funções vitais. Portanto, toda lesão se inicia no nível molecular. As alterações morfológicas celulares surgem em consequência de modificações na estrutura das membranas, do citoesqueleto e de outros componentes, além do acúmulo de substâncias nos espaços intercelulares.
A ação dos agentes agressores, qualquer que seja a sua natureza, se faz basicamente por dois mecanismos:

  • Ação direta, por meio de alterações moleculares que se traduzem em modificações morfológicas
  • Ação indireta, através de mecanismos de adaptação que, ao serem acionadas para neutralizar ou eliminar a agressão, induzem alterações moleculares que resultam em alterações morfológicas.
Desse modo, os mecanismos de defesa, quando acionados, podem também gerar lesão organismo. Isso é compreensível, uma vez que os mecanismos defensivos em geral são destinados a destruir invasores vivos, os quais são formados por células semelhantes às dos tecidos; o mesmo mecanismo que lesa um invasor vivo é potencialmente capaz de também lesar as células do organismo invadido.
Toda agressão gera estímulos que induzem, nos tecidos, respostas adaptativas que visam torná-los mais resistente às agressões subsequentes.

Bogliolo, Luigi, 1908-1981
Bgliolo, patologia geral / [editado por] Geraldo Brasileiro Filho. - 4.ed - Rio de janeiro: Guanabara Koogan, 2009.

Laís de Souza e Silva



17 de jul. de 2013

Elementos de uma Doença e Divisões da Patologia

Todas as doenças têm causa (ou causas) que age(m) por determinados mecanismos, os quais produzem alterações morfológicas e/ou moleculares nos tecidos, que resultam em alterações funcionais no organismo ou em parte dele, produzindo manifestações subjetivas (sintomas) ou objetivas (sinais). A Patologia cuida dos aspectos de Etiologia (estudo das causas), Patogênese (estudo dos mecanismos), Anatomia Patológica (estudo das alterações morfológicas nos tecidos que, em conjunto, recebem o nome de lesões) e Fisiopatologia (estudo das alterações funcionais dos órgãos e sistemas afetados). O estudo dos sinais e sintomas das doenças é objeto da Propedêutica ou Semiologia, cuja finalidade é fazer seu diagnóstico, a partir do qual se estabelecem o prognóstico, o tratamento e a prevenção.
Diferentes doenças têm componentes comuns, considerando este aspecto a Patologia pode ser divida em dois grandes ramos: A Patologia Geral estuda os aspectos comuns às diferentes doenças no que se refere às suas causas, mecanismos patognéticos, lesões estruturais e alterações da função, fazendo parte do currículo de todos os cursos das áreas de Ciências Biológicas e da Saúde. Já a Patologia Especial se ocupa das doenças de um determinado órgãos ou sistema ou estuda as doenças agrupadas por suas causas. Dentro dessa abrangência, tem-se a Patologia Médica, a Patologia Veterinária e a Patologia Odontológica.

Bogliolo, Luigi, 1908-1981
Bgliolo, patologia geral / [editado por] Geraldo Brasileiro Filho. - 4.ed - Rio de janeiro: Guanabara Koogan, 2009.


Laís de Souza e Silva


16 de jul. de 2013

Saúde e Doença

Os conceitos de Patologia e Medicina convergem para um elemento comum, que é a doença. A definição de doença pode ser entendida a partir do conceito biológico de adaptação, que é uma propriedade geral dos seres vivos representada pela capacidade de ser sensível às variações do meio ambiente (irritabilidade) e de produzir respostas (variações bioquímicas e fisiológicas) capazes de adaptá-los. Essa capacidade é variável em diferentes espécies animais e em diferentes indivíduos de uma mesma espécie, pois depende de mecanismos moleculares vinculados, direta ou indiretamente, ao patrimônio genético.
Pode-se definir saúde como um estado de adaptação do organismo ao ambiente físico, psíquico ou social em que vive, de modo que o indivíduo se sente bem (saúde objetiva). Ao contrário, doença é um estado de falta de adaptação ao ambiente físico, psíquico ou social, no qual o indivíduo se sente mal (sintomas e/ou apresenta alterações orgânicas evidenciáveis (sinais).
Saúde e normalidade não tem o mesmo significado. A palavra saúde é utilizada em relação ao indivíduo, enquanto o termo normalidade (normal) é utilizado em relação a parâmetros de parte estrutural ou funcional do organismo. O normal ou anormal é estabelecido a partir da média de várias observações de determinado parâmetro, utilizando-se, para seu cálculo, métodos estatísticos, estabelecidos a partir de observações de populações homogêneas, de mesma raça, vivendo em ambientes semelhantes e cujo indivíduos são saudáveis dentro do conceito enunciado anteriormente.

Bogliolo, Luigi, 1908-1981
Bgliolo, patologia geral / [editado por] Geraldo Brasileiro Filho. - 4.ed - Rio de janeiro: Guanabara Koogan, 2009.

Laís de Souza e Silva

15 de jul. de 2013

Patologia: Etimologia

Etimologicamente, o termo Patologia significa estudo das doenças (do gr.phatos = doença, e logos = estudo, doutrina). No entanto, é preciso considerar que o conceito de Patologia não abrange, todos os aspectos das doenças, que são muito numeroso e poderiam confundir Patologia Humana com a Medicina. Esta, sim, aborda todos os elementos ou componentes das doenças em relação com os doentes. Na verdade, a Medicina é arte e a ciência de promover saúde e prevenir, curar ou minorar os sofrimentos produzidos pelas doenças. 
De modo prático, a Patologia pode ser entendida como a ciência que estuda as causas das doenças, os mecanismos que as produzem, os locais onde ocorrem e as alterações morfológicas e funcionais que apresentam. Tratando desses aspectos, a Patologia fornece as bases para o entendimento de outros elementos essenciais das doenças, como as manifestações clínicas, diagnóstico, evolução e prognóstico. Nesse contexto, portanto, a Patologia é uma parte de um todo maio que é a Medicina.

Bogliolo, Luigi, 1908-1981
Bgliolo, patologia geral / [editado por] Geraldo Brasileiro Filho. - 4.ed - Rio de janeiro: Guanabara Koogan, 2009.

Laís de Souza e Silva