23 de jul. de 2013

Farmacocinética e o Transporte de Substâncias

Para atingir seu sítio de ação, o fármaco precisa atravessar uma série de barreiras (membranas); e igual processo deve ocorrer para que seja eliminado.
A membrana celular consiste em uma dupla camada de lipídeos anfifílicos com cadeias de hidrocarboneto direcionadas para dentro, para formar uma cauda hidrofóbica contínua, e cabeças hidrofílicas voltadas para fora. Cada molécula de lipídeo dessa camada dupla pode movimentar-se no sentido lateral, conferindo à membrana fluidez, flexibilidade, grande resistência elétrica e relativa impermeabilidade (moléculas altamente polarizadas) (Giancomini & Sugyama, 2007).

Muitas vezes, as proteínas da membrana embutidas na dupla camada exercem a função de receptores que proporcionam vias de sinalização elétricas ou químicas e alvos seletivos para a ação dos fármacos. Os constituintes da membrana, sua inter-relação e polaridade e o diâmetro de seus poros conferem seletividade e essa estrutura celular (Stone, 1998;Johson, 1998).



Os fármacos atravessam as membranas por processos ativos ou passivos, ou seja, há aqueles que dependem de um gasto energético e os que não dependem deste gasto.
No caso do transporte passivo, a difusão ocorre segundo o gradiente de concentração (difusão simples), tendo em conta a solubilidade do fármaco pela cama lipídica.
A difusão por poros (ou difusão aquosa) ocorre quando substâncias hidrossolúveis de pequeno tamanho passam pela membrana utilizando os poros ou canais formados entre as proteínas. Para tanto, o fluxo de água é importante, pois resulta na diferença de pressão hidrostática ou osmótica pela membrana. Esse processo ocorre fisiologicamente nos rins e no fígado; contudo, em condições normais, fármacos ligados à albumina não alcançam o interstício por meio do endotélio (Frezard et al.,2005).
A filtração é um processo passivo em que soluto e solvente se deslocam juntos a favor do gradiente de concentração (sem gasto energético).
A difusão facilitada é a transferência passiva mediada por carreadores, independentes de sódio, a favor do gradiente de concentração, sendo mais veloz que a difusão simples (Kutchal, 1990). Na difusão por troca, o carreador retorna para o lado original após transportar o fármaco, ligando-se a outra molécula.
No transporte ativo (depende do hidrogênio), o movimento do fármaco se faz contra um gradiente de concentração e/ou gradiente elétrico, com gasto de energia. 


Laís de Souza e Silva

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