Para atingir seu sítio de ação, o fármaco precisa atravessar
uma série de barreiras (membranas); e igual processo deve ocorrer para que seja
eliminado.
A membrana celular consiste em uma dupla camada de lipídeos
anfifílicos com cadeias de hidrocarboneto direcionadas para dentro, para formar
uma cauda hidrofóbica contínua, e cabeças hidrofílicas voltadas para fora. Cada
molécula de lipídeo dessa camada dupla pode movimentar-se no sentido lateral,
conferindo à membrana fluidez, flexibilidade, grande resistência elétrica e
relativa impermeabilidade (moléculas altamente polarizadas) (Giancomini &
Sugyama, 2007).
Muitas vezes, as proteínas da membrana embutidas na dupla
camada exercem a função de receptores que proporcionam vias de sinalização
elétricas ou químicas e alvos seletivos para a ação dos fármacos. Os
constituintes da membrana, sua inter-relação e polaridade e o diâmetro de seus
poros conferem seletividade e essa estrutura celular (Stone, 1998;Johson, 1998).
Os fármacos atravessam as membranas por processos ativos ou
passivos, ou seja, há aqueles que dependem de um gasto energético e os que não
dependem deste gasto.
No caso do transporte passivo, a difusão ocorre segundo o
gradiente de concentração (difusão simples), tendo em conta a solubilidade do
fármaco pela cama lipídica.
A difusão por poros (ou difusão aquosa) ocorre quando
substâncias hidrossolúveis de pequeno tamanho passam pela membrana utilizando
os poros ou canais formados entre as proteínas. Para tanto, o fluxo de água é
importante, pois resulta na diferença de pressão hidrostática ou osmótica pela
membrana. Esse processo ocorre fisiologicamente nos rins e no fígado; contudo,
em condições normais, fármacos ligados à albumina não alcançam o interstício
por meio do endotélio (Frezard et al.,2005).
A filtração é um processo passivo em que soluto e solvente
se deslocam juntos a favor do gradiente de concentração (sem gasto energético).
A difusão facilitada é a transferência passiva mediada por
carreadores, independentes de sódio, a favor do gradiente de concentração,
sendo mais veloz que a difusão simples (Kutchal, 1990). Na difusão por troca, o
carreador retorna para o lado original após transportar o fármaco, ligando-se a
outra molécula.
No transporte ativo (depende do hidrogênio), o movimento do
fármaco se faz contra um gradiente de concentração e/ou gradiente elétrico, com
gasto de energia.
Laís de Souza e Silva |
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigado por comentar! \o/